segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Os mais pessimistas diriam "Nivaldo subiu no telhado"


Os rumos que tomaram a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal e a ausência do nome do secretário de cultura no novo secretariado de Nivaldo Andrade dão sinais de que a composição entre as forças políticas de Nivaldo e de Aécio não estão tão afinadas como se esperava. Pelos discursos proferidos durante a posse do executivo municipal não teve nenhuma fala que sugerisse uma aproximação.

Nivaldo teve dificuldades para articular um candidato á presidente da casa porque sua base estava dividida entre três nomes: Cabo Zanola, Stefânio e Rodrigo. Qualquer que fosse a escolha de Nivaldo ele corria o risco de perder o apoio dos demais, como aconteceu no seu governo anterior. No mandato anterior Nivaldo também havia perdido o controle do legislativo. O vereador Emerson Alves (mais votado) abandonou sua base para compor com a oposição depois que Nivaldo manifestou preferência pelo vereador Kleber Baccarini na presidência da câmara. Emerson procurou a oposição e formou maioria para se eleger presidente da mesa e virou o carrasco do governo de Nivaldo.

A falta de unidade na base de Nivaldo, que já tinha minoria na casa, e a incapacidade de articular uma aproximação com antigos aliados do PSDB fez com que ele perdesse o controle do Legislativo. O quadro mais favorável era compor com as forças políticas do PSDB, apoiando a candidatura de Igor Sandim para presidente e garantindo nomes de sua base em cargos estratégicos na mesa diretora da casa.

O primeiro nome anunciado para o primeiro escalão do governo Nivaldo foi do ex-vereador Adenor Simões na Sec. de Cultura. Adenor é um dos nomes mais próximos de Aécio Neves. Era uma sinalização para uma composição com o PSDB. Mas Adenor, nem a secretaria de cultura, apareceram na primeira listagem de secretariado anunciada pelo grupo de Nivaldo Andrade.

Adenor não estava na arena política e sim Rômulo Viegas. Os dois nomes são fortes na base de Aécio. Adenor parece ser o preferido de Aécio mas Rômulo tem sido escalado para apagar incêndios e para missões impossíveis. Faltou ao Nivaldo conversar com Rômulo.

As duas chapas apresentadas para eleição da mesa diretora da Câmara Municipal mostraram uma polarização radicalizada, sinalizando que a oposição não vai dar refresco para o governo de Nivaldo.

Este blog já havia antecipado a eleição de Igor Sandim para presidente da Câmara, (Veja neste link) porque o vereador era o fiel da balança. O Grupo de Aécio é a segunda maior força na Câmara em três grupos distintos. Mas o fato de estar equidistante entre o grupo de Nivaldo e o grupo dos partidos de esquerda favorecia o PSDB na articulação para formar maioria e assumir o controle do legislativo.

Faltou à base de Nivaldo descer do salto alto. Ele tem a máquina na mão mas deixou a oposição com um pé no freio. A falta de liderança de Nivaldo para antecipar esta articulação com sua base favoreceu a unidade das forças de oposição que já eram maioria, mas tinham divergências no plano nacional entre a base de Aécio com os vereadores de esquerda do PT e da REDE.

O quadro político que se desenha não é estável. Clima tenso, sujeito à tempestades moderadas ao longo do percurso. Os mais pessimistas diriam: "Nivaldo subiu no telhado". Mas como o quadro político é igual nuvem, está sempre mudando, vamos ver para onde esta "massa de ar" vai nos levar.

Aécio e Nivaldo em "Céu de Brigadeiro" sonhando com a presidência do Brasil

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